sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Na Vida Tudo Muda

Nenhuma situação na vida é permanente. Depois que ouvi essa frase pela primeira vez ela nunca mais me saiu da cabeça. Se não me falha a memória, foi num intervalo pra almoço. Na época eu morava em Picos e trabalhava no setor de marketing de uma loja de departamentos. Isso faz uns dez anos. No ano passado, numa bela noite no meu kitnet em Teresina, eu me preparava pra dormir. Apaguei a luz do quarto, me embrulhei e abracei a minha esposa numa posição muito aconchegante que chamam de conchinha. Senti-me muito confortável e feliz. Depois de um dia turbulento de trabalho, estar ali sentindo o calor dela enquanto dormia era o que eu mais queria. Era uma recompensa.

Sabe aquela sensação de querer que o tempo pare? Queria que a manhã demorasse o pouco mais antes de chegar. Já estava quase adormecendo quando ressurge na memória aquela frase. Percebi que ela chega toda vez que eu me sinto confortável com alguma coisa. Parece um aviso da consciência (ou será da subconsciência?). É até engraçado eu estar escrevendo isso agora. Uns dez anos atrás guardei aquele provérbio, eu morava em Picos, nem tinha conhecido Gildânia ainda, aquela noite com ela foi no ano passado, aí eu já era casado, morava em Teresina e trabalhava numa agência de publicidade; hoje ainda somos casados (graças a Deus), trabalho na mesma empresa, mas me mudei para São Luís e minha rainha está a 760km de distância, na casa da mãe, aguardando os negócios se firmarem para que eu possa trazê-la pra cá.

É, realmente nenhuma situação na vida é permanente. Naquela noite, com medo de que aquela idéia de futuro incerto virasse uma paranóia, imediatamente abracei Gildânia mais forte, lhe dei mais um cheiro caprichado no cangote e fiquei ali agarradinho nela aproveitando seu calor, sentindo sua respiração, prestando atenção no silêncio da sua companhia como se no dia seguinte tudo fosse mudar e ela não estivesse mais alí. Até que dormi.

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